domingo, 21 de abril de 2013

ARTIGO PUBLICADO EM JORNAL

20/04/2013 | N° 3432

ARTIGO

Esta vaga não é sua nem por um minuto

Nos últimos anos, tenho vivenciado uma situação que virou um verdadeiro transtorno: a falta de respeito de quem estaciona em vagas reservadas a deficientes físicos, ao menos em Santa Maria. Lembro-me da época em que não havia vagas especiais; da época em que havia poucas; da época em que motoristas estacionavam em tais vagas distraidamente (?) e pediam desculpa ao serem advertidos.

Mas hoje é diferente, chegamos ao extremo: ao advertirmos um motorista por estar em uma vaga exclusiva para pessoas que não caminham com as próprias pernas – e, portanto, usam cadeira de rodas e não podem sair às pressas do carro – a reação é simplesmente absurda. Exemplifico o que ouço por aí: “Não vou demorar!”; “Só vou largar meu filho”; “É rapidinho, já saio!”; “Só um segundinho”. E o segundinho dura 10, 15 minutos (claro, e o carro continua lá). Em casos mais extremos, e não menos incomuns, o motorista fica furioso, sai bufando de tanta raiva (e o carro não sai do lugar). Esses dias, ouvi: “Não pode esperar um pouquinho?!! Coisa séria!!!!” (sim, com esse monte de exclamações).

O que sinto? Um susto tremendo com a falta de respeito. Nem é pelo fato de estarem em local proibido, mas pela naturalidade com que infringem a lei: cobertos de razão. O que isso me causa? Tristeza, não por mim, mas por ver o tremendo atraso e o extremo egoísmo de tais pessoas. Custa ter um diálogo educado? Assumir que errou? Tirar o carro da vaga quando se apercebe do fato? Imagine o que é para um cadeirante (que geralmente usa veículos grandes, como Kombi, van, H100) parar em fila dupla em dia de chuva, longe do local onde precisa descer, porque alguém que tem pernas saudáveis deixou seu carro na vaga que não é dele.

Muito comum é reclamar dos políticos, mas e o cidadão está fazendo sua parte? No que diz respeito a não ocupar vagas de deficientes físicos, não, definitivamente, não. E não sou a única a passar por isso. Quando converso com cadeirantes e familiares de cadeirantes, a história é a mesma: vagas que são erroneamente e descaradamente ocupadas em frente a escolas, faculdades, bancos, mercados, locais próximos a rampas. Para concluir, não se preocupe em chamar um deficiente de deficiente, cadeirante, portador de necessidades especiais ou aleijado. Preocupe-se em não estacionar em vagas proibidas, afinal, esta vaga não é sua nem por um minuto.

*Professora de língua inglesa e tradutora

*ROGÉRIA LOURENÇO DOS SANTOS
Nossa professora ROGÉRIA LOURENÇO DOS SANTOS, da disciplina de Português, da Escola para Adultos, publicou o texto acima, no jornal DIÁRIO DE SANTAMARIA, neste final de semana.
Pela relevância do tema abordado, não resisti de mandar um comentário ao mesmo jornal, e de  colocar no meu blog o texto da professora .
Após ler, se quiseres faça teu comentário, vou gostar muito. Obrigada. 

3 comentários:

  1. Concordo plenamente quando Rogéria diz que os títulos que são dados às pessoas com necessidades especiais não significam muito, o respeito aos direitos delas é que importam de fato.
    Valeu, Rogéria!
    Abraço, Lia, bom teres publicado o artigo da Rogéria, quanto mais for divulgado, melhor!
    Sonia

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  2. Passando para te desejar uma feliz semana!!!
    Bjus mil ♥

    http://blogluminoso.blogspot.com.br/

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  3. Adorei esse post Lia.
    Vc tem toda razão, há muito desrespeito com os deficientes. Ontem mesmo fui ao shopping e por não ter mais vagas disponíveis (embora estivesse cheio era só procurar) o cara estacionou em uma vaga de deficiente com a maior cara de pau (e de deficiênte ele não tinha nada). Um absurdo!!!!!!!!!!!
    Acho que falta mais respeito do ser humano, assim como um pouco mais de consciência.
    Bjs
    linda-e-loira.blogspot.com.br

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