E novamente os desafios da Chica, hoje com a palavra CHINELO.
Pois então, estou buscando em minha memória algo relacionado a chinelo...E o que me vem à lembrança, é de como gostava de usar os chinelos de minha mãe, quando era bem pequena...E de alguma chinelada que levei , por alguma arte que fiz...
Mas será que somente isso me vem à cabeça?
Vou pensar mais...
Ah! lembrei de uma situação que passei e que sofri muito. Vou contá-la, e quem sabe na próxima vez que lembrar, já não seja lembrança doída,e possa dar boas risadas pelo fato de ter compartilhado esta lembrança.
Então, lá vai.
Ganhei de presente de minha madrinha Lúcia Psiuk, um lindo chinelo de dedo , de pelica , todo estofado, macio, na cor rosa choque , (era assim que se chamava a cor) , um pink avermelhado. Era lindo,lindo. Tinha 13 anos Eu toda exibida o calçava somente para ocasiões especiais, pois era muito bonito e gostoso de usar. Ia na missa aos domingos, ia no matiné de cinema, ia em festinha de aniversário, enfim, era meu calçado preferido naquele verão que o ganhei. E , ao usá-lo sempre recebia elogios ´pela sua beleza; até deixava experimentarem, para sentir sua maciez.
Mas, tem sempre um mas nas histórias, um belo dia choveu, e eu estava calçando o lindo chinelo, que ao pisar no barro ( as ruas de minha cidade não eram asfaltadas e nem havia calçadas onde cruzava), o chinelo sujou todinho. Chegando em casa, fui direto lavá-lo no tanque de lavar roupas (que era fora de casa) ; lavei o primeiro pé e o coloquei no chão , em pezinho escorado na borda do tanque, para escorrer a água, enquanto lavava o outro. Terminando a lavagem do segundo chinelo, para aproveitar e lavar as calçadas, num impulso atirei a água toda do balde. Aí se deu a tragédia: a água do balde, derramada num impulso, levou meu chinelo para o ralo embaixo do tanque...e lá se foi ele...Tentei de imediato, me agachando desesperadamente, alcançá-lo com a mão. Que nada, não o alcancei, e só vi com lágrimas nos olhos, a cor rosa choque sumir no escoadouro...E na outra ponta do tanque, o outro pé do chinelo, que dali prá frente, serviu apenas, quando olhado, para sentir a tristeza de não ter seu par para eu calçar e fazer bonito.
E minha participação hoje é essa, fruto de minhas tristes lembranças, que agora nem parecem mais tão tristes:
Era uma vez um lindo chinelo pink!